domingo, 20 de junho de 2010

Poema e Renda de Peniche direccionados para o evento Rip Curl Pro Search Peniche 2009


Onda de Surf em Renda de Peniche
Desenho: Ida Guilherme

Renda: Ida Guilherme e Graciete Guilherme


Berlenga Maravilha da Natureza


Ponte do Forte de São João Baptista - Berlenga
Pintura: Ida Guilherme


BERLENGA

MARAVILHA DA NATUREZA


De Neptuno e Anfitrite, filha amada,

sonho de sereia encantada,

que emerge da transparência

do amanhecer do tempo,

do Mar e do silêncio.

As suas formas esculpidas

pelo vento e pela maresia,

estão suspensas nas águas

do Mar profundo,

jardim marinho que a rodeia,

de algas e anémonas ancestrais,

como se fora o coração do mundo.

Nasceu beijada pelo Sol

quando as cores do arrebol

transformam mares, em vitrais.


Berlenga,

de madrugada espreita-te o Sol

e o som do Mar em movimento

acompanha o pio das gaivotas

num musical de encantamento.

De manhã, sorvo o teu ar

ao entardecer ouço o canto das pardelas

e à noite, bebo a luz do teu luar.

As galhetas,

negras, elegantes,

mergulham e desaparecem

no mar-jardim da tua fantasia.

Os airinhos, tristes, despedem-se

à tardinha,

saudosos das grutas encantadas

e das sereias deslumbradas

com a tua beleza de rainha.

As algas, que Deus pintou

no teu jardim profundo,

vão e vêm ao sabor da maré,

beijando os peixes com amor fecundo.


Berlenga,

as tuas flores

donas das mais lindas cores,

são o teu relevo

e, na Primavera,

é a arméria o teu maior enlevo;

selvagem e linda, sem precisar jardineiro,

é de rosa a sua cor

tu, Berlenga, o seu canteiro.


E, quando à noite o luar

abraçando as tuas rochas,

derrama estrelas no Mar,

é tão forte o seu esplendor

que até o velho Carreiro,

mesmo sem o seu Mosteiro,

pede a Deus Nosso Senhor

um hino à tua beleza.

E eu, faço coro com Deus

que canta que é um primor

pois toda a beleza encerra

e pergunto às tuas grutas,

quando o mar está em repouso,

se é esse mar amoroso

que as mantém impolutas.


Berlenga,

maravilha da Natureza,

grande é meu amor por ti

e canto bem alto aos Céus

que és também uma riqueza,

um paraíso no Mar,

grande milagre de Deus.

Poema de Ida Guilherme



Navio Creoula em Renda de Bilros
1º Prémio Concurso de Rendas CMPeniche 2009
Desenho e Pique: Ida Guilherme
Renda: M. Graciete Guilherme

domingo, 6 de junho de 2010

Palavras para quê? As Rendas de Peniche falam por si


Guarita da Fortaleza de Peniche
Renda de: M. Graciete Guilherme


Renda de: M. Clotilde Couto


Renda de: M. Clotilde Couto


Renda de: M. Clotilde Couto


Renda de: M. Clotilde Couto
(Desenhos das rendas de: Ida Guilherme)


Ida - Rendilhando...

Renda Encantada
Há gente
que tem talento
sem saber donde lhe vem.
Eu, herdei o meu talento
no ventre de minha Mãe.
Filha da espuma e do mar,
gerada com muito amor,
faço a renda de Peniche
tanto em branco como em cor.
E enquanto os bilros cantam
sobre o pique na almofada
enlaçam fios, alfinetes,
na bela renda encantada.
O tempo
passa a correr
mas o passado faz história,
(guardem piques,
guardem rendas,
guardem bilros,
na gaveta e na memória).
E quando o tempo acabar,
desgostosa,
para sempre irei ficar,
se a morte, na outra vida,
não me deixar
rendilhar.

1º Prémio - I Jogos Florais da Renda de Bilros de Peniche
Ida Guilherme